Gestão em tempos de crise requer Inovação
Inovação é um dos termos mais utilizados atualmente no universo dos negócios. No entanto, assim como disrupção, a grande maioria dos usos acaba sendo equivocado. No artigo linkado você pode conferir as diferenças, mas para efeitos práticos, vamos considerar Inovação como qualquer mudança significativa em produtos, serviços ou processos de um negócio que geram valor para o cliente e/ou para o próprio negócio.
Devido à Pandemia de Covid-19, Governos e Organizações de praticamente todos os setores enfrentam desafios inéditos e inusitados. Nesse cenário, impactos ainda incalculáveis podem atingir todas as dimensões de negócios. Mesmo com a retomada econômica que já vem acontecendo em alguns países, a tendência é que a roda ainda vá girar lentamente pelos próximos meses. Deixados os eufemismos de lado, estamos diante de uma grande recessão econômica mundial. Crise mesmo. E em velocidade exponencial.
Nesse contexto, a principal diretriz é a de “fazer mais com menos”. É clichê, mas é a realidade. O Brasil ainda não tem números oficiais sobre isso, mas só no Reino Unido, mais de 21 mil empresas já abriram pedidos de falência. Infelizmente, muitas empresas não irão sobreviver a essa crise, tanto que o governo federal já vem trabalhando em mudanças nos juízos com competência para julgamento das ações de recuperação judicial e falência.
A grande maioria das PME brasileiras não tem fôlego financeiro para aguentar mais de dois meses de paralisação. De certa forma, viveremos um darwinismo empresarial que passa obviamente pelo fator financeiro, mas sofre forte influência das áreas operacionais, comerciais e estratégico.
Como a Inovação pode salvar da crise
Como defini no primeiro parágrafo, trataremos Inovação por qualquer mudança significativa em produtos, serviços ou processos. E aqui está a luz no fim do túnel. No artigo anterior sobre Planejamento e Novas Diretrizes para o Negócio, falei sobre revisar planejamento e até pivotar o Modelo de Negócio. Mas independente da escolha, as corporações deveriam revisar também seus processos.
Empresas de qualquer porte com mais de 10 anos provavelmente estabeleceram seu core-business em cima de processos ultrapassados e pouco eficazes. Nesse cenário de crise e Transformação Digital simultâneos só irão sobreviver aqueles que se adaptarem rapidamente. E essa adaptação significa principalmente três ações, entre outras:
- Mudança de Cultura Organizacional focada em digital e dados
- Adoção de Metodologias Ágeis para gestão de processos
- Investir em novas áreas e novas tecnologias
Embora estes três pontos focais, bem como outros, sejam igualmente importantes, vou focar aqui somente na gestão de processos, listando algumas possibilidades que podem ser adotadas nesses tempos de incerteza. De modo a abrir o caminho para empreendedores, empresário e gestores no sentido de melhorar listarei a seguir os principais métodos.
Metodologias Ágeis
São conjuntos de práticas e estruturadas em ciclos curtos que proporcionam uma forma de gerenciar projetos mais adaptável às mudanças. Aqui a definição de projetos é a mesma do PMBoK: esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Dessa forma as equipes multidisciplinares trabalham com processo incremental, colaboração e compartilhamento de informações constante, adaptabilidade a mudanças e entregas múltiplas em prazos reduzidos. O Scrum, baseado no conceito de Kanban, é o método ágil mais usado atualmente, principalmente porque pode ser integrado a outros métodos ágeis com facilidade, aplicando-se ao desenvolvimento de qualquer projeto em qualquer ambiente de trabalho.
Gestão Lean
É uma linha de pensamento que tem como foco melhorar a produtividade da empresa. Isso se concretiza ao mensurar os resultados continuamente para identificar valor e priorizar somente os processos e tarefas que agregam valor ao produto. Seus dois pilares principais são o respeito pelas pessoas e a melhoria contínua. Basicamente pode ser resumida como amplificar o conhecimento para reduzir desperdícios. Embora o método tenha surgido nas linhas de manufatura, é totalmente aplicável a qualquer tipo de negócio.
Gerenciamento pelas Diretrizes
Este método criado pelo brasileiro Vicente Falconi se apoia no ciclo PDCA (Plan > Do > Check > Act) e no conceito de Qualidade Total, que é uma estratégia de administração focada na qualidade dos processos organizacionais. Basicamente o método propõe diretrizes em metas alcançáveis a todos os colaboradores, passando pelos âmbitos estratégico (alta gestão da empresa), tático (gestão intermediária, departamentos e áreas) e operacional (supervisão e coordenações ligadas à produção). O controle rígido das Metas pessoais e de equipes é a chave para o planejamento estratégico operar de forma eficaz.
Esses três métodos são os mais usados, portanto possuem bastante documentação disponível para quem deseja aprender sozinho, bem como existem consultores especializados na implementação. Como eles possuem bases conceituais muito similares, a ideia é definir qual deles melhor se adapta à sua estrutura. Todos esses métodos são altamente eficazes em tempos de Transformação Digital. As empresas que se adaptarem rapidamente adotando melhorias em seus processos irão desfrutar de muitas oportunidades nessa retomada pós pandemia.
Como a sua empresa está se preparando para ser mais competitiva nesse cenário de crise?